sexta-feira, 10 de julho de 2009

Os dois lados da moeda

O Superior Tribunal Federal decidiu, no final do mês passado, acabar com a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. A decisão divide opiniões até de professores de jornalismo. Fugindo um pouco da questão das redações dos jornais impressos, TVs e rádios, focando mais na comunicação empresarial, o que esta decisão deve mudar na contratação destes profissionais?
É sabido que, muitas empresas utilizam ainda como ‘gestores da comunicação’ profissionais de outras áreas pela redução de custos e também porque, muitas vezes, a iniciativa da implantação de uma comunicação parte destes colaboradores.
Mas existe outra parcela de empresas realmente preocupadas em investir na comunicação, montando uma equipe qualificada e preparada para desenvolver projetos e colocá-los em prática. E, a meu ver, para as empresas que compõem está fatia, a não obrigatoriedade do diploma não interferirá nas contratações. Uma boa equipe de comunicação não é formada apenas por jornalistas. Normalmente há profissionais de outras áreas. Existem empresas que designam até um profissional da área de TI para atuar no setor em conjunto com pessoas com formação em outras áreas.
Voltando um pouco para as redações. A formação do jornalista é muito importante sim. É na faculdade que o estudante terá as primeiras impressões do que é o jornalismo, é claro que o ‘mundo real’ difere muito das salas de aula e dos laboratórios, mas este preparo e conhecimento, por menor que seja, será um diferencial no mercado de trabalho. É na faculdade também que o estudante aprende a ter um olhar mais crítico sobre todos os assuntos.
Por outro lado, a maioria das faculdades de jornalismo ainda não prepara o estudante para atuar no mercado da comunicação empresarial e nem para a assessoria de imprensa. Esta é uma área ainda muito nova, em que os comunicadores estão dando seus ‘primeiros passos’, pelo menos no Brasil. Muitas faculdades, percebendo isso, começaram a incorporar mais disciplinas voltadas para este mercado, outras optaram por criar cursos de pós-graduação para especializar profissionais de diversas áreas para atuar como gestores da comunicação.
Enfim, a não obrigatoriedade do diploma de jornalista acaba tendo dois lados: as empresas que nunca se preocuparam em contratar profissionais formados e só o faziam porque eram obrigadas, passarão a não contratar mais ou ainda contratarão com salários abaixo do mercado, já as empresas sérias, que realmente acreditam no poder de uma comunicação correta, manterão sua postura de trabalhar apenas com profissionais especializados e capacitados para atuar na elaboração de um plano de comunicação, nas empresas e na busca pela verdade, no caso da grande imprensa.

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